A atriz Fernanda Montenegro toma posse logo mais à noite, na Academia Brasileira de Letras. O evento acontece na sede da ABL, no centro do Rio. A atriz, considerada uma das grande damas da dramaturgia brasileira, ocupará a Cadeira 17, sucedendo o Acadêmico e diplomata Affonso Arinos de Mello Franco, morto em março de 2020, em plena pandemia de Covid 19.
Ela será, a partir de hoje, a primeira mulher escolhida para a cadeira 17 que, além do diplomata, já teve entre seus ocupantes Roquette-Pinto, Álvaro Lins e Antonio Houaiss.
Eleita com 32 dos 40 votos para integrar o grupo de imortais, no dia 4 de novembro de 2021, Fernanda estreita os laços da Academia com as artes cênicas. Autora do livro "Prólogo, Ato e Epílogo", sua autobiografia, a atriz de 92 anos é reconhecida como intelectual engajada e um dos grandes ícones da cultura brasileira.
Única brasileira até hoje indicada ao Oscar de Melhor Atriz, pela atuação no filme Central do Brasil, de Walter Salles, Fernanda já recebeu o Emmy Internacional, foi premiada no Festival de Berlim e também levou para sua galeria o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.
Fernanda Montenegro nasceu em 16 de outubro de 1929 no Rio de Janeiro. Sua primeira experiência no teatro foi aos oito anos, em uma peça da igreja. Em 1950, estreou profissionalmente nos palcos ao lado do marido Fernando Torres.
Sua estreia na televisão foi em 1963, na TV Rio, com as novelas Amor Não é Amor e A Morta sem Espelho, ambas de Nelson Rodrigues. Nas TV Globo, além de novelas de sucesso, como Belíssima, Guerra dos Sexos e A Dona do Pedaço. Também atuou em minisséries, com destaque para O Auto da Compadecida e Doce de Mãe.
Em 1999, a atriz foi condecorada com a maior comenda que um brasileiro pode receber da Presidência da República, a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito pelo reconhecimento ao destacado trabalho nas artes cênicas brasileiras.