Hoje é o Dia Mundial da Língua Portuguesa. É a língua que a gente usa todos os dias e que volta e meia passa por mudanças. Vai acento, vem hífen, sai trema… Mas uma outra alteração gera polêmica. É a adoção de termos com neutralidade de gênero, principalmente quando isso ocorre na escola.
A professora de ensino básico Arian Renee Fuentes Pérez acredita que é preciso ter outras prioridades. "As línguas derivadas do latim tem os gêneros feminino e masculino do substantivo".
Por motivos ideológicos, alguns agentes públicos decidiram proibir o uso da linguagem neutra. E, agora, essas proibições são questionadas na Justiça.
A artista Katrinna Luna, que é travesti, defende a adoção de termos e pronomes que contemplem as pessoas não binárias - que não limitam sua identidade de gênero ao masculino ou ao feminino. Para ela é uma questão de garantir o pertencimento e a inclusão dos não binários.
A linguista e professora da Universidade de Brasília, Rosineide Magalhães de Sousa, afirma que a língua é dinâmica e deve ser usada de acordo com o contexto. Ela conta que as mudanças fazem parte da história, porque as pessoas vão reivindicando seus direitos e a linguagem também vai se adaptando de acordo com as realidades sociais, como o inclusão do uso de "todes"".
O Dia Mundial da Língua Portuguesa foi instituído em 2019 pela Unesco. De acordo com a Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, o idioma é falado por 265 milhões de pessoas, distribuídas em nove países, localizados em quatro continentes.
*com produção de Michelle Moreira
