Os desfiles da Série Ouro continuam neste sábado na Marquês de Sapucaí. E quem abre as apresentações neste segundo dia é a Unidos de Jacarepaguá, que volta para a Série Ouro, depois de quase uma década distante do Sambódromo. O enredo “Manoel Congo, Mariana Crioula – Heróis da Liberdade no Vale do Café“, conta a história dos líderes revolucionários que comandaram a rebelião de Paty do Alferes. Ocorrida em 1838, a revolta levou a uma das maiores fugas de escravizados da região fluminense.
Quem vem em seguida é a Unidos da Ponte, tradicional escola de samba de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. O enredo deste ano vai contar a saga contra o racismo religioso de uma das mais importantes Iyalorixás do Brasil. O desfile também vai celebrar a ligação da mãe de santo com a cidade sede da agremiação e mostra como ela lutou para libertar a coleção de objetos sagrados que foram apreendidos pela Polícia Civil ao longo de décadas.
Já a terceira escola a desfilar vem da Zona Oeste. É a Unidos de Bangu com o enredo “Aganjú… A visão do fogo, a voz do trovão no Reino de Oyó”. O desfile homenageia Xangô, o orixá da justiça, e vai mostrar os ritos e festejos que são menos conhecidos do grande público.
Logo depois, quem entra na Avenida é a Em Cima da Hora, que escolheu a figura de Esperança Garcia, como tema do seu desfile este ano.“Esperança, Presente” vai contar a história da mulher negra escravizada que, no século dezoito ergueu-se como voz da resistência e lutou contra os terrores da escravização no Piauí. Em 2017, ela foi reconhecida como a primeira advogada piauiense. Além disso, uma carta que escreveu denunciando os horrrores é considerada uma das primeiras obras da Literatura Negra brasileira.
A Unidos do Porto da Pedra, será a quinta a desfilar, de olho no título que dá direito a ascender ao Grupo Especial no ano seguinte. O enredo “Invenção da Amazônia”, é baseado no livro A Jangada: 800 láguas pelo Amazonas, de Julio Verne. Mesmo sem nunca ter vindo ao Brasil, o expoente da literatura fantástica, escreveu o romance, que se passa no majestoso e fascinante rio Amazonas.
A União da Ilha do Governador também está galgando sua trajetória de retorno ao Grupo Especial. Nessa missão, decidiu prestar uma justa homenagem a Portela, sua madrinha, que este ano completa 100 anos de fundação. O nome do enredo é “O Encontro das Águias no Templo de Momo”, fazendo menção ao grande símbolo da azul e branco.
A penúltima escola a entrar na avenida é a Impérios da Tijuca trazendo o enredo “Cores do Axé”. A proposta da escola é transitar por todas as formas do Axé, a partir do olhar do pintor argentino Hector Julio Páride Bernabó, mais conhecido como Carybé. O enredo vai mostrar como o universo religioso afro-brasileiro foi retratado pelo artista.
E quem encerra os desfiles da Série Ouro em 2023 é a Inocentes de Belford Roxo. O enredo Mulheres de barro vai até Vitória no Espírito Santo para mostrar a história das Paneleiras de barro de Goiabeiras. A escola pretende mostrar como as tradicionais panelas de barro são feitas, desde as técnicas criadas pelos Tupi-Guarani e Una, que foram foram passadas de geração a geração.
Os desfiles da Série Ouro começam às 21h30 .