Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica, pode se tornar o primeiro quadrinista a alcançar um espaço na Academia Brasileira de Letras.
Ele se candidatou à vaga da cadeira 8, no lugar da professora Cleonice Berardinelli, estudiosa do poeta Fernando Pessoa que faleceu em janeiro aos 106 anos. A ABL já havia registrado a candidatura do quadrinista Ziraldo a uma cadeira, mas o pedido foi retirado.
Em redes sociais, Mauricio disse que a candidatura é para reunir esforços com todos os acadêmicos para levar a importância da entidade secular e para que crianças e jovens conheçam mais a literatura e grandes autores que por lá estão e já estiveram.
A carta de candidatura foi enviada ao presidente da ABL, Merval Pereira, no último dia 10 de março, oficializando o pedido. Nela, Mauricio reforça que pode dar importante contribuição no estímulo à leitura, aproximando os leitores dos clássicos, por meio dos quadrinhos.
Em entrevista à Rádio Nacional em 2019, quando foi homenageado na Bienal do Livro com a instalação de um painel com ilustrações dos seus personagens, Mauricio disse que seu sonho no futuro era vender mais livros que gibis:
“O livro é o lado nobre da leitura. É outro jeito, outro modo. E o gibi é o lado mais leve, mais, talvez, o começo do processo. Eu quero chegar algum dia, daqui há alguns anos, vendendo mais livro do que gibi”.
Mauricio de Sousa já ocupa uma vaga na Academia Paulista de Letras e é o mais premiado autor brasileiro de quadrinhos.
Atualmente, no estúdio dele são produzidos mais de 400 personagens. Muitos já ganharam vida no teatro, no cinema e em outros meios de comunicação.
