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Cultura

Quadro Independência ou Morte não retrata a realidade do período

 Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravatura
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Sheily Noleto e Kelly Oliveira - Repórteres EBC
07/09/2023 - 08:04
Brasília
São Paulo SP 07/09/2023   - Museu foi reinaugurado no ano passado, no marco dos 200 anos da Independência do Brasil. Entre as instalações, estão o quadro de Pedro Américo que retrata o Grito do Ipiranga. Entre os mitos a serem desconstruídos, estão a ideia de que esse ato ocorreu de forma isolada e em um cênico dia, assim como ficou gravado no imaginário popular e como foi retratado na pintura. Foto Paulo Pinto/Agência Brasil
© Paulo Pinto/Agência Brasil

O quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, mostra o príncipe Dom Pedro altivo no centro da imagem, protagonizando a Independência do Brasil, cercado por soldados brancos e assistentes. O povo é representado por camponeses que assistem à cena e parecem nem entender o que acontecia. Mas será que a pintura ilustrou bem a realidade?

Felipe tuxá, indígena e professor da Universidade Federal da Bahia destaca a atuação dos povos originários e negros nesse processo.      

Maria sylvia de Oliveira, advogada e diretora do Giledés Instituto da Mulher Negra complementa.    

O Brasil se tornou independente mantendo a escravidão. Foi o último país das Américas a abolir a escravatura. Da estimativa de 12,5 milhões de cativos africanos embarcados para o continente, ao longo de 350 anos, 40% tiveram como destino as senzalas brasileiras. Já para os indígenas que aqui viviam, a realidade imposta foi o genocídio. Segundo pesquisa de uma universidade inglesa, a colonização exterminou quase 90% dessa população em um século, ou seja, 56 milhões de pessoas. Felipe tuxá destaca que para esses povos a luta por independência continua nos dias atuais.   

E o caminho para a liberdade e reconhecimento da cidadania de povos excluídos segue sendo de resistência e luta contra a violência, a pobreza e o preconceito, como reforça Maria Sylvia de Oliveira e o xamã e líder político, Davi Kopenawa.  

 

 

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