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Cultura

Filme “A batalha da Rua Maria Antônia” estreia nesta quinta-feira

Produção retrata luta estudantil durante a ditadura militar
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Joana Côrtes – Repórter da Rádio Nacional
26/03/2025 - 21:07
São Paulo
Brasília (DF) 26/03/2025 - Filme sobre a Batalha da Rua Maria Antônia estreia nesta quinta-feira.
Foto: Batalha da Rua/Divulgação
© Batalha da Rua/Divulgação

O filme “A batalha da rua Maria Antônia” estreia nesta quinta-feira (27) nos cinemas brasileiros. O longa-metragem vai trazer para as telonas um dos episódios mais marcantes da luta estudantil durante a ditadura militar.

Com produção de Manoel Rangel, Egisto Betti e Heitor Dhalia, o filme revive o confronto, ocorrido em 2 de outubro de 1968, entre estudantes e forças da ditadura na cidade de São Paulo. O episódio envolveu alunos da Universidade Mackenzie, alinhados ao CCC – Comando de Caça aos Comunistas –, e estudantes e professores do movimento estudantil da antiga sede da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, a Universidade de São Paulo.

A Rua Maria Antônia, palco da batalha, existe até hoje. Fica no centro da capital paulista, perto da rua da Consolação. O confronto deixou um morto, três feridos a bala e ao menos 30 presos. 
Segundo a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, o disparo que matou o estudante secundarista José Carlos Guimarães, de 20 anos, veio de dentro do Mackenzie e o autor era um membro do Comando de Caça aos Comunistas.  

A diretora do filme, Vera Egito, conheceu a história da batalha da Maria Antonia quando era estudante da USP. A primeira versão do roteiro do longa nasceu em 2010. Quinze anos depois, a obra faz sua estreia.

Com criatividade e rigor estético, Vera lança um olhar sensível e agudo sobre a vida, a luta e os dilemas dos estudantes durante a ditadura militar.

“O roteiro sempre foi a história contada em 24 horas, na noite dessa batalha. Transformei esse roteiro em 21 momentos da batalha, que acabaram virando plano-sequência. Decidimos fazer em 16 mm preto e branco. O filme é uma ficção, mas se conecta com essa linguagem documental do cinema dos anos 60”, destaca a diretora.

O filme também é um convite à reflexão sobre a resistência da juventude diante de forças retrógradas. O produtor Manoel Rangel conta que ouviu falar da batalha da Rua Maria Antônia ainda nos tempos de faculdade. Para ele, o longa-metragem permanece no debate atual da história do nosso país.

Agora, o filme estreia em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte, Salvador e Brasília, entre outras cidades, após ter passado por importantes festivais e conquistado prêmios ao redor do mundo.
 

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