Comissão de Anistia vai conceder indenização a grupo de indígenas da etnia Suruí
A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça concedeu nesta sexta-feira (19) anistia política para quatorze indígenas da etnia Suruí por violações de direitos durante a ditadura militar.
No inicio da década de setenta, forças militares teriam forçado os índios a trabalhar como apoio nas operações de repressão à Guerrilha do Araguaia.
Além de um pedido de desculpas, os índios em questão devem receber uma compensação econômica.
Segundo os depoimentos dados, eles foram submetidos a maus-tratos, privados de comida, água e sono adequado. Os indígenas relatam também sequelas psicológicas e falta de alimentos durante o período, já que os homens eram retirados da aldeia para atuar junto com os militares.
Os índios Suruí que apresentaram os pedidos são da aldeia Sororó, na terra indígena Aikewara, sudeste do Pará. Winurru Suruí, filho e neto de requerentes, explica os efeitos da guerrilha do Araguaia sobre a população indígena.
Esse foi o primeiro caso coletivo de indígenas que pedem reparação por violações durante a ditadura. Ao todo foram analisados dezesseis requerimentos. O presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, explica porque dois deles foram indeferidos.
Para embasar o processo de anistia coletiva foram consultados documentos do Ministério Público Federal, pareceres técnicos de antropólogos, estudos acadêmicos e testemunhos.
Até hoje, apenas um índio, Humberto Costa Nascimento, havia sido anistiado.
