A Radioagência Nacional, veículo gerido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ganhou na noite desta segunda-feira (24) o Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo na categoria Radiojornalismo, com o especial “A América Latina e o Golpe de 1964 no Brasil”. A reportagem investiga os impactos do golpe nos países da América Latina e também as conexões existentes não só entre os regimes nos distintos países, mas também das resistências e lutas por democracia.
Confira o radiodocumentário premiado
A coordenadora da Radioagência Nacional, Juliana Cézar Nunes, destaca que o conteúdo é parte de todo o especial produzido pela EBC em alusão aos 50 anos do golpe, em março deste ano. Para ela, “um prêmio importante como esse mostra que é possível produzir um conteúdo de qualidade dentro de uma empresa de comunicação pública e marca que estamos no caminho certo ao investir em reportagens investigativas, de fundo, e que visam a fortalecer os laços e a contar a história da América Latina”.
O especial foi produzido em português e em espanhol no âmbito do projeto Voces Del Sur, da Radioagência Nacional, que objetiva produzir conteúdo radiofônico a fim de ser distribuído gratuitamente para rádios da América Latina. Por isso, a equipe buscou uma abordagem diferenciada e que poderia acrescentar novas leituras sobre o golpe no Brasil e suas repercussões na região, bem como evidenciar as histórias e os desafios comuns, “visando à integração latino-americana”, destacou Juliana.
A jornalista Beatriz Pasqualino, responsável pela reportagem, edição e pelo roteiro do especial premiado, disse que foram ouvidos historiadores, sociólogos e também militantes de diversos países, dentre os quais, além do Brasil, Paraguai, de Cuba, do Uruguai e da Argentina. Também estudante de mestrado na Unicamp, onde pesquisa a derrubada da ditadura de Fulgêncio Bastista pelo grupo comandado por Fidel Castro, em 1959, Beatriz destaca a importância da preservação da memória e da busca por verdade e Justiça. “Preservar a memória dos povos é um dever da comunicação pública, para que as violações aos direitos humanos não se repitam”.
A equipe vencedora também é integrada por Priscila Resende, responsável pela sonoplastia do especial.