A Comissão da Verdade do Rio de Janeiro ouviu nesta terça-feira (19) depoimentos de trabalhadores rurais e lideranças de comunidades tradicionais que foram perseguidas pelo regime militar e empresas associadas à ditadura nos anos de 1960 e 1970.
Em um dos depoimentos, Jair da Anunciação, liderança caiçara da região de Trindade, em Paratí, na Costa Verde, fala sobre como a população local sofreu com capangas contratados por empresas interessadas em explorar economicamente a região. As violações foram praticadas com a conivência do estado.
Sonora: “Em março de 73 para 74, houve a primeira invasão. Eles invadiram com 70 jagunços lá e foi um desastre. Queimaram várias casas e destruíram várias roças e lavouras”.
Outro depoimento foi o da trabalhadora rural Roseli Borges, que contou sobre as perseguições sofridas por seu avô, Satiro Borges, militante do PCB, na região de Campos dos Goytazes. Toda a família foi expulsa da terra onde morava. Para Rosely, o relato já é uma oportunidade de reparação dos crimes cometidos contra a família.
Para Nadine Borges, membro da Comissão da Verdade do Rio, a Comissão Nacional da Verdade se debruçou pouco sobre as violências sofridas pelas populações camponesas.
Segundo a Comissão da Verdade do Rio, as pesquisas que estão sendo feitas indicam que há pelo menos 200 camponeses mortos e desaparecidos durante a ditadura apenas no estado do Rio. Também prestaram depoimento nesta terça-feira (19), Laerte Rezende Bastos, liderança na luta pela terra na Baixada Fluminense, preso e torturado nos anos de 1960, Jorge Francisco de Brito, trabalhador rural da região de Cachoeira de Macacu, também preso durante a ditadura, e Ney Fernandes, membro da União Operária Valenciana, de Valença, no Sul-Fluminense, que teve que abandonar a cidade para fugir da repressão.
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