Mais de 1.600 trabalhadores em condição semelhante à de escravos foram resgatados no ano passado em todo o país, o que representa uma redução de cerca de 40% em relação ao ano anterior. Os setores onde houve o maior número de resgates foram a construção civil, seguida da agricultura e da pecuária.
Os dados são resultado das ações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho, que já resgatou quase 50 mil pessoas em 20 anos.
O ministro Manoel Dias explica que, além de fiscalizar o governo, precisa dar condições para que o indivíduo não volte para essa condição.
Os estados que tiveram a maior quantidade de trabalhadores retirados dessa situação foram Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro e Pará. Juntos, eles concentraram quase 60% do total de profissionais resgatados. E foram pagos mais de R$ 5,8 milhões em indenizações quando os casos foram descobertos.
Também foram divulgados dados preliminares deste ano. Até agora, quase 420 trabalhadores foram retirados dessa condição.
Segundo o secretário de Inspeção do Trabalho do Ministério, Paulo Sérgio de Almeida, apesar de o país ter abolido a escravatura há mais de 120 anos, a realidade mostra que o problema ainda é recorrente.
É considerado trabalho escravo aquele onde o indivíduo é forçado a trabalhar e não pode deixar o local. Além disso, a pessoa trabalha por horas sem parar e em condições degradantes como alojamento precário, péssima alimentação, falta de assistência médica, falta de saneamento básico e água potável, além de maus-tratos e violência.