Durante o velório do general Leônidas Pires Gonçalves, realizado no Palácio Duque de Caxias, neste sábado, um de seus filhos, Miguel Coelho Neto Pires Gonçalves, lamentou o que chamou de “fatos inverídicos” sobre o pai. O general, que foi ministro do Exército no governo de José Sarney, faleceu na última quinta-feira aos 94 anos. Ele foi citado no relatório final da Comissão Nacional da Verdade como um dos agentes da repressão responsáveis por torturas e assassinatos durante a ditadura militar.
O comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, o primeiro a discursar, também fez referências indiretas ao fato de o ex-ministro ter sido incluído no relatório da Comissão. A cerimônia, com honras militares, contou com a presença de autoridades civis e militares. O ex-presidente da República, José Sarney, ressaltou a importância do general para a transição democrática do país. Sarney afirmou que o trabalho do ex-ministro foi “fundamental para a volta do poder civil”.
Representando ministro da Defesa, Jaques Wagner, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, General De Nardi, afirmou que o dia era de tristeza e consternação.
De 1974 a 1977, Leônidas Pires Gonçalves foi chefe do Estado-Maior do Primeiro Exército no Rio e Comandante Militar da Amazônia. Em 83, assumiu o comando do III Exército, em Porto Alegre. Em 1985, foi convidado por Tancredo Neves para assumir o Ministério do Exército e com a morte de Tancredo, o general integrou o governo de José Sarney.
Leônidas deixou a mulher, dois filhos, quatro netos e sete bisnetos. Após o velório, o corpo foi levado para o crematório São Francisco Xavier, que fica no bairro do Caju, na zona norte da cidade.