Trabalhadoras rurais de todo o país participaram da 5ª Marcha das Margaridas em Brasília. De acordo com a Polícia Militar, 40 mil pessoas participaram do ato.
Mas, segundo os organizadores, eram 70 mil manifestantes. Elas saíram em caminhada pelo centro da capital federal para protestar contra a violência, o uso de agrotóxicos e pedir agilidade na reforma agrária, igualdade de direitos, defesa da soberania alimentar e a instalação de creches na zona rural, entre outras reivindicações.
Muitas trabalhadoras viajaram longas horas para participar da manifestação. É o caso da indígena Andreza Miquili Sateré, que vive em uma aldeia próxima a Parintins, no Amazonas. Foram 18 horas de barco, mais quatro em um avião até Brasília. E ela conta porque veio participar da marcha.
A agricultora Vera Lúcia de Vasconcelos veio de Alagoas. O ônibus da caravana demorou 36 horas para chegar. Mesmo após uma viagem cansativa, ela destaca:
Com gritos de ordem, elas também criticaram o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
De acordo com a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, que organiza o evento, Alessandra Lunas, a marcha vai além dos direitos das mulheres do campo.
A Marcha das Margaridas acontece no dia 12 de agosto porque nessa data, há 32 anos, foi assassinada Margarida Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Alagoa Grande, na Paraíba.
Ela foi morta com um tiro no rosto. O crime foi encomendado por um latifundiário que se viu ameaçado com a luta da militante.