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Direitos Humanos

Especial: Morte de operário preso no Doi-Codi completa 40 anos

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Camila Maciel / Agência Brasil
18/01/2016 - 18:03
São Paulo

Confira o radiodocumentário produzido em parceria com a Radioagência Nacional, a partir das reportagens do especial "Manoel Fiel Filho: brasileiro, metalúrgico, assassinado", da Agência Brasil. Leia aqui.

 

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Este mês de janeiro marca os 40 anos desde  o dia em que Thereza Fiel, hoje com 83 anos, se despediu do marido - o metalúrgico alagoano Manoel Fiel Filho - enquanto ele era levado de casa, na Vila Guarani, em São Paulo, por agentes da ditadura. Os militares o detiveram na fábrica em que ele trabalhava,

 

"Ele me deu um beijo na testa e foi embora. Eu falava: 'não leva ele não'. E não voltou mais", conta a viúva.

 

Sem ordem judicial, após vasculhar a casa deles em busca de algo que o vinculasse ao Partido Comunista do Brasil (PCB), os agentes disseram que ele seria levado à delegacia para reconhecer outros detidos.

 

Manoel foi morto no dia seguinte, 17 de janeiro de 1946, nas dependências do Doi-Codi, conhecido centro de tortura na época.

 

Este fato, que mudaria a vida de Thereza, mudou também a história do país. Ainda hoje, os agentes da ditadura que participaram da morte de Manoel Fiel Filho seguem impunes. O Ministério Público Federal moveu ações contra sete agentes do Doi-Codi que ainda estão vivos, mas a justiça rejeitou o pedido. O MPF entrou com recurso, mas teme que a demora da Justiça faça com que esta morte permaneça impune. Os acusados têm entre 66 e 92 anos.

 

Ficha técnica

Reportagem: Camila Maciel

Edição: Beatriz Pasqualino

Operação de áudio: Beto Almeida

Sonorização: Messias Mello

Coordenação: André Muniz e Juliana Cézar Nunes

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