Confira o radiodocumentário produzido em parceria com a Radioagência Nacional, a partir das reportagens do especial "Manoel Fiel Filho: brasileiro, metalúrgico, assassinado", da Agência Brasil. Leia aqui.
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Este mês de janeiro marca os 40 anos desde o dia em que Thereza Fiel, hoje com 83 anos, se despediu do marido - o metalúrgico alagoano Manoel Fiel Filho - enquanto ele era levado de casa, na Vila Guarani, em São Paulo, por agentes da ditadura. Os militares o detiveram na fábrica em que ele trabalhava,
"Ele me deu um beijo na testa e foi embora. Eu falava: 'não leva ele não'. E não voltou mais", conta a viúva.
Sem ordem judicial, após vasculhar a casa deles em busca de algo que o vinculasse ao Partido Comunista do Brasil (PCB), os agentes disseram que ele seria levado à delegacia para reconhecer outros detidos.
Manoel foi morto no dia seguinte, 17 de janeiro de 1946, nas dependências do Doi-Codi, conhecido centro de tortura na época.
Este fato, que mudaria a vida de Thereza, mudou também a história do país. Ainda hoje, os agentes da ditadura que participaram da morte de Manoel Fiel Filho seguem impunes. O Ministério Público Federal moveu ações contra sete agentes do Doi-Codi que ainda estão vivos, mas a justiça rejeitou o pedido. O MPF entrou com recurso, mas teme que a demora da Justiça faça com que esta morte permaneça impune. Os acusados têm entre 66 e 92 anos.
Ficha técnica
Reportagem: Camila Maciel
Edição: Beatriz Pasqualino
Operação de áudio: Beto Almeida
Sonorização: Messias Mello
Coordenação: André Muniz e Juliana Cézar Nunes