Territórios vulneráveis, famílias sem atendimento adequado e falta de responsabilização dos autores dos crimes. Estas são algumas das evidências que fazem parte do contexto de adolescentes vítimas de homicídio no Ceará.
O Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência apresentou nesta quarta-feira, em Fortaleza, o relatório final com recomendações para reduzir o número de mortes violentas de adolescentes.
De acordo com o documento, a capital cearense possui o maior índice de homicídios na adolescência do Brasil: nove pessoas entre doze e dezoito anos são mortos para cada grupo de mil.
Para o relator do comitê, deputado estadual Renato Roseno, do PSOL, reduzir esse índice é o principal desafio.
Os pesquisadores do comitê entrevistaram mais de duzentas famílias de adolescentes assassinados nas sete cidades cearenses com os maiores índices de homicídio na adolescência.
O levantamento mostrou doze evidências comuns entre os casos e doze recomendações. Davi Vieira, integrante do Fórum de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes do Ceará, destacou a necessidade de ampliar o apoio e a proteção a famílias e amigos dos jovens assassinados.
Segundo dados do comitê, em quatro dos sete municípios pesquisados, nenhuma pessoa foi presa ou detida pela morte dos adolescentes das famílias entrevistadas.
O relatório final da pesquisa foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Zezinho Albuquerque, do PDT, e à vice-governadora do Ceará, Izolda Cela.