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Direitos Humanos

Ribeirinhos de reserva extrativista no Pará viabilizam a economia sustentável

Especial
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Michelle Moreira
16/12/2016 - 09:09
Brasília

* Na última reportagem da série especial sobre o modo de vida e os desafios dos moradores da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns, no Pará, são mostrados projetos desenvolvidos para movimentar a economia local.

 

As matérias são distribuídas pela Radioagência Nacional e veiculadas na Rádio Nacional da Amazônia.

 

 

Diferentes projetos movimentam a economia dentro da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns (Resex), no Pará. São eles que permitem que os moradores continuem a viver na unidade de conservação.


Dentro da Resex, a comunidade do Anã se destaca em número de iniciativas em prática como, por exemplo, a produção de peixe em cativeiro.


O analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Cleiton Signor explica que o Rio Arapiuns, às margens de onde se encontra a comunidade, é escasso em peixes.


Este foi um dos motivos que levou a comunidade a festejar a chegada, há 17 anos, de um projeto do governo federal para a produção de peixes, como conta o presidente da Associação dos Piscicultores e Agroextrativistas da região, Antônio dos Santos Cardoso.


Além de atender a comunidade local, o peixe produzido no Anã abastece outro projeto: a Pousada Comunitária.


Com estrutura de madeira e alvenaria, o local conta com uma área de convivência, cozinha e banheiros de uso coletivo. Uma peculiaridade é o redário. Uma maloca onde várias redes podem ser atadas ao mesmo tempo.


Aldair Godinho explica que a ideia da hospedaria é oferecer ao visitante apenas o que se cultiva na reserva.


Para preservar o estilo de vida dentro da unidade de conservação é permita a hospedagem na pousada de no máximo 300 pessoas ao mês.


Em Vila Franca, também na reserva, o leite da seringueira é a matéria-prima da grande maioria dos projetos desenvolvidos.


De lá saem bolsas em látex que ganharam fama no Rio de Janeiro. Já a borracha – matéria-prima – é vendida para abastecer o mercado de calçados dos municípios de Castanhal e Belém.


O seringueiro Manuel Ferreira diz que muitos jovens acabam saindo da reserva por falta de oportunidade. Mas ele acredita que os projetos podem mudar esta realidade.


Para além dos projetos dentro da Reserva Tapajós Arapiuns, a vontade de permanecer na unidade de conservação e fazer a diferença dentro da comunidade é o que leva jovens como Zorivele Cardoso a querer retornar, depois de se formar em Santarém. Ela pretende cursar enfermagem.


Esta é a última matéria do especial sobre a Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns, no Pará. Em uma série de cinco reportagens, tentamos mostrar o dia a dia bem como os desafios dos ribeirinhos que vivem na reserva.


Foram seis dias embarcada, oito comunidades visitadas e muitos relatos. Na grande maioria deles prevalece a vontade de continuar a viver na reserva. Desejo esse sempre atrelado a melhoria no acesso às políticas públicas como saúde, educação e infraestrutura.


A reportagem viajou a convite do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

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