ONG protesta contra assassinatos de pessoas trans levando 144 cruzes à praia de Copacabana
Cento e quarenta e quatro cruzes pretas foram colocadas na praia de Copacabana neste domingo em homenagem as pessoas transsexuais assassinadas. O protesto fez parte da agenda do Dia Nacional de Visibilidade Trans, comemorado hoje (29).
Levantamento da Rede Trans Brasil mostra que, no ano passado, 144 travestis, mulheres e homens trans foram mortos. A ONG identificou também 52 casos de tentativa de homicídio, 12 suicídios e 54 violações de direitos humanos.
De acordo com a presidenta da Rede Trans Brasil, Tathiane Araújo, como faltam dados oficiais, o dossiê foi feito com base em notícias de jornais e casos apurados pela organização. Para Tathiane, o principal motivo da violência é a exclusão social.
A coordenadora-geral de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Marina Reidel, diz que o número de denúncias ao Disque 100, com vítimas LGBT, cresceu cerca de 60% de 2015 para 2016. Mas faltam dados sobre pessoas trans.
A corretora de imóveis Adriana Souza coordenadora da Rede Trans, no Rio, diz que foi difícil sair da prostituição e conseguir um emprego e até hoje tem medo de agressões.
O programador Cauã Cintra diz que um dos principais temores de homens trans é ser vítima de estupro quando vai a um banheiro público.
O dossiê elaborado pela rede Trans Brasil com número de mortes relacionadas com a transfobia será divulgado nesta segunda-feira (30). O documento também será entregue no Rio de Janeiro a representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA).