Pessoas trans têm uma mensagem para o mundo: "Nós existimos e queremos ser reconhecidos”
Se o presente traz ganhos, mas ainda apresenta dores e preconceito para os transgêneros, o que esperar do futuro? Uma coisa é certa: todos querem um amanhã melhor.
A coordenadora-geral de Promoção de Direitos LGBT do Ministério da Justiça, Marina Reidel , comemora os avanços, mas reclama que ainda falta muita coisa para melhorar esta realidade.
Sonora: “Eu quero ser respeitada da mesma forma que uma pessoa heterossexual é respeitada. Que a gente não queira demais, porque falam que a gente quer coisa demais. Não. O que a gente quer é, num país tão rico, tão diverso, ser reconhecida.”
Para a aluna trans da Universidade de Brasília, Alana Felix, o futuro será melhor se as pessoas respeitarem a diversidade.
Sonora: “Eu queria dizer pra sociedade em si pra começar a colocar a mão na consciência e saber que nós existimos. Mesmo uma sociedade que quer nos invisibilizar a todo momento, ela tem que noção que nós estamos neste mundo, nós habitamos ele e nós estamos resistindo e existindo.”
Ser reconhecido da forma como quer também é desejo do estudante trans Bruno Fábrega.
Sonora: “Acho que agora está tendo mais visibilidade. Claro, ainda tem gente que tem a cabeça fechada. Não há como negar.”
E uma das formas de conscientizar os brasileiros sobre a necessidade do respeito é por meio da educação. É o que defende a psicóloga e orientadora da escola onde Bruno estudou, Helena Machado.
Sonora: “O que falta pra sociedade é esclarecimento. Convivência nem todos vão ter oportunidade de conviver. Mas saber do que se trata e saber o que é. O que um transgênero passa é muito importante.”
A advogada trans Márcia Rocha concorda que a informação é o melhor caminho. E reconhece que já tivemos muitos avanços.
Sonora: “Está mudando. Acho que a imprensa até tem ajudado muito. Tem dado informações. A conscientização, a sociedade está mudando. Mas é muito recente. Essa mudança começou há 20 anos por assim dizer.”
Marina Reidel diz que mesmo com os problemas e desafios a serem enfrentados, dias melhores virão.
Sonora: “Se olhar a direção LGBT que está aí agora, eles estão mais livres. Mesmo com toda violência, já se vê agora casais de mãos dadas e isso dá a sensação que o futuro será muito melhor.”
*Com produção de Heloísa Fernandes e sonoplastia de Marcus Tavares