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Direitos Humanos

Especialistas querem criar rede internacional para fortalecer papel social das periferias

Inclusão
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Fabiana Sampaio
17/03/2017 - 12:09
Rio de Janeiro

Uma rede internacional das periferias será criada a partir de um encontro que reúne intelectuais, pensadores, ativistas e organizações de vários continentes para pensar a realidade das comunidades urbanas na atualidade.

 

Essa é a proposta de um seminário que reúne mais de 100 convidados de diferentes países, incluindo México, Colômbia, Cabo Verde, Guiné Bissau, Costa Rica, Inglaterra, Escócia, Itália e Índia, além do Brasil, que acontece no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.

 

A rede internacional a ser criada seria uma grande malha de formação e troca de conhecimento sobre as periferias, em constante conexão e com atuação conjunta.


Jorge Barbosa, do Observatório de Favelas, que co-organiza o evento, avalia que é preciso mudar o estigma de violência e carência que marcam esses territórios, sobretudo em relação à juventude.


Sonora: “A nossa ideia é trabalhar com o novo paradigma, o paradigma da potência. Mostrar como as pessoas são criativas, inventivas. Superar as marcações simbólicas que tiram toda a riqueza. E valorizar a periferia de uma maneira generosa, valorizando os sujeitos que lá habitam.”


O sociólogo e pesquisador cabo-verdiano Redy Wilson, um dos intelectuais que participam do evento, diz que há várias periferias pelo mundo com suas particularidades e pontos comuns e concorda que é preciso dar atenção ao potencial que elas trazem.


Sonora: “O pouco que podemos constatar que vivem na periferia são pessoas que convivem conosco. São as empregadas, os vendedores. Esse seminário tem essa perspectiva, de mostrar que há várias periferias convivendo conosco e que é preciso resgatar essa paz, a paz social, aproveitando seus potenciais.”


O seminário tem um formato de proximidade entre os convidados, criando grupos de discussão e fazendo incursões pela comunidade. O evento acontece no Galpão Bela Maré até esta sexta-feira (17).


Ao final do encontro, as organizações devem aprovar um documento intitulado “Carta da Maré”, contendo as características que unificam e aproximam as diversas periferias no mundo.

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