Os indígenas venezuelanos da etnia Warao, que estavam acampados na Rodoviária de Manaus, foram levados nessa quinta-feira (1º) para um abrigo no Bairro Coroado, zona leste da cidade.
Antes de entrarem, pajés fizeram um ritual para abençoar e purificar o espaço que foi reformado para recebê-los. A medida é resultado de uma articulação entre os governos federal, estadual e municipal.
Segundo Graça Prola, secretária estadual de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, essa é uma ação inicial para tirar os indígenas da situação de vulnerabilidade social. O próximo passo será uma ajuda para que eles consigam trabalho.
“Nós estamos encerrando uma primeira etapa que é tirá-los da condição degradante que estavam na rodoviária de Manaus, trazê-los para um espaço mais adequado, humanizado, no sentido de garantir não só dignidade, mas, também, iniciar uma outra etapa do processo”.
A secretária acrescentou que a ideia é “procurar alternativas de renda, de ocupação, de inclusão produtiva, que eles querem, também. Além de propiciar dentro de cada situação, se for possível, a inclusão em programas sociais brasileiros”.
Cerca de 260 indígenas foram levados para o abrigo, que tem capacidade para 300 pessoas. No local há espaço para 180 redes, além de dormitórios, cozinha, refeitório, banheiros, lavanderia e quintal. Segundo o cacique warao Aníbel Perez, agora os indígenas tem um teto, um espaço seguro, bem diferente da situação vivida na rodoviária de Manaus.
“Pelo menos vamos ter um teto, que a gente não tinha na rodoviária. Era desumano. Aqui vamos ter mais segurança. Agora vem a segunda etapa que é trabalho, curso e outras coisas que nós precisamos para sobreviver aqui”, afirmou o indígena.
O cônsul-geral da Venezuela no Amazonas, Faustino Torella Ambrosini, esteve no abrigo e agradeceu a ajuda do governo brasileiro.
Os indígenas Warao começaram a chegar a Manaus em dezembro do ano passado em busca de melhores condições de vida. Eles contam que estavam passando fome na Venezuela, que enfrenta uma grave crise política e econômica. Atualmente, mais 500 imigrantes estão vivendo na capital amazonense.