A Polícia Civil do Pará investiga morte de liderança quilombola. Nazildo Brito foi assassinado a tiros em uma estrada, no distrito de Quatro Bocas, no município de Tomé-Açu, no Pará.
Ele tinha 33 anos e foi presidente da Amalquata, a Associação de Moradores e Agricultores Remanescentes Quilombolas do Alto Aacará.
De acordo com a Polícia Civil, o crime ocorreu por volta das 19h30, do último sabado, logo após a vítima sair da residência do cunhado.
Ele voltava para casa, na zona rural de Acará, sozinho, de moto, quando foi assassinado.
Só será possível saber quantos tiros atingiram Nazildo após a conclusão do laudo pericial, que ainda não foi divulgado.
Segundo a Polícia Civil, até agora, nenhuma testemunha que tenha presenciado o crime foi localizada. A hipótese mais provável é de execução. A moto e os pertences da vítima não foram roubados.
Aurélio Borges, da Coordenação Estadual das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará, a Malungo, comentou o crime e disse que outras lideranças são ameaçadas.
A Fundação Cultural Palmares informou, nessa terça-feira (17), que está atenta a investigação e pede que os culpados sejam identificados e punidos. Acrescentou que vê com apreensão a escalada de violência em áreas de conflito pelo país.
Essa é a segunda morte de liderança de comunidades tradicionais, este ano, no Pará. Em março, Paulo Sérgio Nascimento, que era da Associação dos Caboclos Indígenas e Quilombolas da Amazônia, foi assassinado a tiros no município de Barcarena. O caso ainda não foi esclarecido.
O coordenador da Malungo também cobra que as investigações apontem as reais causas dos crimes.
A Polícia Civil não quis dar entrevista sobre o assassinato de Nazildo Brito.