Um mês após massacre em presídios no Amazonas, inquérito sobre as 55 mortes ainda não foi concluído
Visitas suspensas, líderes de fações criminosas transferidos para presídios federais, inquérito que apura os responsáveis pelas mortes ainda não concluído.
Este é balanço passado um mês que 55 detentos sob tutela do estado foram assassinados pelos próprios presos.
Uma disputa entre presos que integram a mesma facção criminosa é apontada pelo governo como a causa dos assassinatos. A maioria das mortes ocorreu por enforcamento.
Os crimes tiveram início no dia 26 de maio, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim – o Compaj, quando, durante a visita de familiares, 15 detentos foram assassinados.
No dia seguinte, outros 40 foram mortos.
Desta vez, além do Compaj as vítimas estavam em outras três unidades prisionais da capital Manaus: Centro de Detenção Provisório 1, o Ipat - Instituto Penal Antônio Trindade e a Unidade Prisional do Puraquequara.
A visitas estão suspensas nas quatro unidades prisionais onde os crimes ocorreram.
A Secretaria de Administração Penitenciária solicitou que a Justiça prorrogue a suspensão das visitas por mais 30 dias.
Após as mortes, 26 detentos foram transferidos do Amazonas para presídios federais de segurança máxima. E a Força-tarefa Nacional de Intervenção Penitenciária enviada para a capital amazonense continua atuando no perímetro externo das unidades prisionais.
A tropa federal também vai capacitar os agentes de segurança do estado para controlar a segurança interna das cadeias.
Um cenário que deve mudar nos próxios dias é o atendimento jurídico dentro das prisões.
De acordo com o defensor Chefe do Amazonas, Rafael Barbosa, a parti de 10 de julho defensoria vai assumir por completo assistência jurídica em todas as unidades prisionais de Manaus.
De acordo com o Governo do Amazonas, a medida tem como finalidade dar celeridade na análise de processos da população carcerária, além de reduzir custos.
Nesta sexta-feira (28), um mutirão carcerário vai verificar e informar a situação judicial dos internos do Ipat.
Sobre os contratos de co-gestão com empresas privadas, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que está trabalhando no estudo de gestão compartilhada do sistema prisional, que vai instruir o novo processo licitatório que deverá ser lançado em agosto.
O inquérito que apura os responsáveis pelas 55 mortes ainda não foi concluído.
De acordo com o coordenador da comissão responsável pelo inquérito instaurado pela Polícia Civil, delegado Tarson Soares, a investigação está em andamento e ainda aguarda os laudos necroscópicos.
A expectativa é que nas próximas semanas, a comissão comece as oitivas de funcionários e terceiros que de alguma forma tiveram acesso às unidades prisionais no período que antecedeu as mortes.





