Se no passado versos como o famoso “vou beijar-te agora/ não me leve a mal/ hoje é Carnaval” passavam a ideia de que tudo era permitido na folia, hoje o contexto é outro.
Investidas sem consentimento não são mais toleradas e o ambiente descontraído da festa não deve ser pretexto para condutas de assédio sexual.
Para reforçar essa ideia e transformar o carnaval em um ambiente seguro para as mulheres, a Defensoria Pública do Estado do Rio se uniu a mais de 30 blocos de rua para disponibilizar a cartilha "Folia Sim. Assédio Não".
A iniciativa, lançada no ano passado, levanta esse importante estandarte: a conscientização sobre o assédio. Com 16 páginas, o material traz informações atualizadas sobre a legislação, que passou por uma mudança.
Em setembro de 2018, foi sancionada a Lei que tornou crime a importunação sexual e que sujeita o agressor a uma pena que varia de um a cinco anos de prisão.
A coordenadora dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, Flávia Nascimento, afirma que o objetivo da cartilha é facilitar o acesso de todos a essas informações.
A jornalista Renata Rodrigues, fundadora do Bloco Mulheres Rodadas, explica que é preciso uma mudança cultural para entender que determinados comportamentos não são mais aceitos.
Além de esclarecer a diferença entre assédio sexual, estupro e importunação sexual, a cartilha traz o endereço de todas as Delegacias de Atendimento à Mulher no Rio de Janeiro e outros serviços de apoio à mulher vítima de violência.