O estado do Pará tem o maior número de casos de covid-19 em quilombos no país. Um monitoramento feito pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) divulgado nesta sexta-feira (7) aponta que 148 moradores de quilombos morreram em decorrência do novo coronavírus e 4.017 foram diagnosticados com Covid-19.
O Pará registra cerca de 40% dos casos confirmados entre quilombolas em todo o país. Com 42 óbitos, é também a unidade da Federação com a maior perda de vidas.
Mas o número não significa necessariamente o extrato real da situação. Magno Nascimento, da coordenação das comunidades quilombolas do Pará – a malungo, explica que houve uma mobilização das representações no estado para levantar os dados sobre a doença, o que pode não ter acontecido em outros estados.
Segundo Magno, ainda assim, por causa da subnotificação, o número de infectados deve ser ainda maior.
A liderança quilombola cobra atendimento às comunidades. Para Magno Nascimento, as iniciativas da Secretaria de Saúde do Pará, como as ações itinerantes ainda são insuficientes. De acordo com ele, o estado tem cerca de 600 comunidades quilombolas em 58 municípios.
A diretora de Políticas de Atenção Integral à Saúde do Pará, Laena Reis, afirma que, entre junho e agosto, nove comunidades quilombolas de três municípios foram visitadas por equipes da Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais.
Segundo Laena, as ações terão continuidade durante todo o semestre.
Nos dias 4 e 5 de agosto, a ação itinerante visitou comunidades quilombolas do município de Salvaterra.
Segundo a Secretaria de Saúde, além de atendimentos médicos, as equipes realizaram 136 testes rápidos para detectar infecção por coronavírus. Vinte e seis deram positivo. Outros 29 testes RT/PCR, por coleta de secreção nasal, foram realizados e os resultados estão sendo processados.