Pelos menos duas pessoas/dia foram vítimas de racismo em 2019, no Rio
Pelo menos duas pessoas por dia foram vítimas de racismo no estado do Rio de Janeiro no ano passado e mais de 40% eram mulheres. Quatro em cada 10 crimes aconteceram nas ruas e a maioria na capital fluminense. Foram 422 ocorrências por injúria e preconceito de raça e cor.
Os dados fazem parte do Dossiê Crimes Raciais, estudo inédito produzido pelo Instituto de Segurança Pública do estado e divulgado nesta quinta-feira (19).
Na capital, os bairros campeões de registros do crime de racismo são o Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca e Taquara, todos na zona oeste da cidade. Depois aparecem bairros da zona norte. Fora do Rio, os municípios com os maiores registros são Teresópolis, Petrópolis e a região central de Niterói.
O estudo, feito com base em três mil registros nas delegacias do estado, mostra que os principais motivos de depreciação contra os negros são a cor da pele, o formato do nariz e a textura do cabelo e que a maioria das vítimas tinha entre 40 e 59 anos de idade e não conhecia seus agressores.
Ao apresentar os dados, a presidente do ISP, delegada Marcela Ortiz, enfatizou a importância das vitimas denunciarem os agressores. O registro pode ser feito em qualquer delegacia de polícia e também online.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado, das 135 pessoas denunciadas pelo crime de injúria racial neste ano, apenas 20 foram condenadas. Em todo o ano passado foram 320 denunciados e 30 condenados pelo crime.
A pena pode chegar a três anos de prisão. Já pelo crime de preconceito de raça ou cor, neste ano foram dois denunciados e nenhum condenado. O mesmo aconteceu no ano passado. Neste caso, a pena pode chegar a cinco anos de prisão.