Relatório da FAO aponta que a pandemia ampliou a fome em todo o mundo
A pandemia de covid-19 vai atrasar o programa da ONU, que projetava solucionar a fome mundial até 2030. Pelas estimativas das Nações Unidas, naquele ano, a subalimentação ainda vai afetar cerca de 660 milhões de pessoas.
A conclusão foi apresentada nesta segunda-feira, durante a conferência de apresentação do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2021”, elaborado pela FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. É o primeiro estudo desse tema feito pela ONU desde a chegada da pandemia.
O economista-chefe da FAO, Máximo Cullen, comentou o retrocesso no combate à fome, apontando dados de 2020, primeiro ano da pandemia do coronavírus, na comparação com o ano anterior: Máximo Cullen disse que 811 milhões de pessoas sofreram com alguma restrição de alimentos em 2020. Ele comparou com 2019, quando a fome afetou 160 milhões de pessoas, número cinco vezes menor.
Outro dado apontado na conferência foi que, em 2020, 2,4 bilhões de pessoas tiveram algum tipo de restrição alimentar. Esse número equivale à soma dos cinco anos anteriores. Lembrando que a população mundial, hoje, é de cerca de 7 bilhões de pessoas.
O relatório da FAO revelou ainda que a alta no preço da comida causou outro problema, para cerca de 3 bilhões de pessoas no planeta: com a queda na renda média, essa população ficou afastada da alimentação saudável. E, com isso, além de aumentar a fome de alguns, levou muitos ao sobrepeso e à obesidade.
Além da FAO, contribuíram com o relatório o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, o Unicef - Fundo das Nações Unidas para a Infância, a OMS, Organização Mundial da Saúde e ainda, o Programa Mundial de Alimentos.