Após um ano e três meses de angústia, sem saber do paradeiro do filho, Jandira Araújo de Anápolis, Goiás, doou o DNA para o Banco Nacional de Perfis Genéticos. Em menos de um mês, ela teve a resposta que tanto buscava. Jandira conta que, apesar da tristeza, com o reconhecimento do corpo do filho, o sentimento também foi alívio.
Jandira soube que poderia descobrir o paradeiro do filho pelo DNA após uma campanha nacional de coleta de material genético de familiares de pessoas desaparecidas, realizada em junho pelo governo federal, em parceria com os estados. Mais de dois mil familiares de desaparecidos forneceram DNA e pelo menos 18 famílias tiveram resposta com a identificação dos restos mortais.
A maior parte deles no Rio Grande do Sul. A perita criminal e administradora do banco de perfis genéticos do Rio Grande do Sul, Cecília Matte, destaca a importância dos familiares desaparecidos doarem material genético.
Após a coleta familiar, o DNA é enviado para o laboratório de genética da instituição de perícia oficial dos estados. O material é comparado com os perfis genéticos de pessoas de identidade desconhecida, de pessoas que buscam por seus familiares e de restos mortais não identificados. Se a pessoa que desapareceu for encontrada, a família será avisada pela delegacia ou Instituto Médico Legal.
O secretário nacional de Segurança Pública, Renato Paim, reforça que a coleta continua em mais de 152 pontos espalhados pelo país.
Atualmente, o banco nacional de perfis genéticos tem 4.169 restos mortais não identificados e material genético de 3.152 parentes de pessoas desaparecidas. A lista de locais de coleta de DNA está disponível página www.gov.br/mj/desaparecidos.