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Direitos Humanos

60% dos negros ainda não conseguiram encontrar novo emprego

São três milhões de pessoas negras que estavam empregadas
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Kariane Costa *, da Rádio Nacional
19/11/2021 - 21:19
Brasília
Carteira de trabalho
© Marcello Casal jr/Agência Brasil

Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou que 60% da população negra ainda não conseguiu voltar ao mercado de trabalho durante a pandemia.

São três milhões de pessoas negras que estavam empregadas antes da pandemia, que não conseguiram voltar a trabalhar.

Enquanto na população não negra esse número é de 1 milhão de pessoas. Os dados são uma comparação entre o 1º e o trimestre de 2020 e o 2º 2021. O estudo aponta que a população negra está mais exposta a precarização das relações de trabalho.

O estudo aponta que a população negra está mais exposta a precarização das relações de trabalho. Ganham menos, tem menos cargos de direção e foi mais atingida pela perda de vagas durante a pandemia.

O economista do Diesse, Gustavo Monteiro, explica que quando veio a pandemia, o desemprego atingiu todo mundo, mas agora que os empregos estão se recuperando, os não negros conseguem voltar ao mercado mais rápido. 

A jornalista Verônica Soares sentiu dificuldades para achar uma vaga, apesar de anos de experiência na carreira não foi fácil achar uma porta aberta.

Os impactos da pandemia foram mais intensos sobre os negros, seja pela dificuldade para encontrar colocação ou pela necessidade de voltar antes ao mercado de trabalho, devido à falta de renda.

O economista Gustavo Monteiro explica que os números negativos sobre a população negra vêm se repetindo ao longo dos anos porque, no Brasil, a mobilidade entre as classes sociais é pequena. 

Uma dificuldade que vem desde a época da escravidão. Impactos que passam de geração em geração, e até hoje essa população sofre os efeitos da pobreza.

O número de pessoas que perderam os postos de trabalho por causa da crise sanitária, entre o 1º e o 2º trimestre de 2020, foi de 8,8 milhões. Desses, mais de 70% eram negros.

O levantamento mostra ainda que as mulheres negras são as mais afetadas; Elas têm mais dificuldade para entrar no mercado de trabalho e quando entram tem um salário menor.

* Com produção de Dayana Vitor

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