Entre 2020 e julho deste ano, foram registrados 202 assassinatos de camponeses na região amazônica de cinco países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru. Juntos, esses países somam 85% do território da bacia. Os dados foram apresentados no Fórum Social Pan-Amazônico, realizado este mês no Pará.
O estudo reúne informações da Comissão Pastoral da Terra, e teve apoio da Universidade Federal do Amapá, junto com entidades internacionais.
Apenas no primeiro semestre de 2022, a região Pan-Amazônica registrou 48 mortes. Um ritmo de assassinatos 25% maior do que a média registrada nos dois anos anteriores.
A Colômbia registra mais casos desde 2020. O país está em processo de acordo de paz há 5 anos com ex-membros das guerrilhas das FARC - Forças Armadas Revolucionárias. Por lá, foram pelo menos 120 mortes, entre lideranças comunitárias, ex-combatentes e signatários dos acordos de paz.
No Brasil, foram 62 camponeses mortos na Amazônia, o que representa mais de 80% dos registros no campo no país. Maranhão e Roraima são os estados que concentram mais casos, 16, cada um. A maior parte das mortes foram de indígenas e quilombolas.
Maranhão e Roraima são os estados que concentram mais casos, 16, cada um. A maior parte das mortes foram de indígenas e quilombolas.
De acordo com o Ministério da Justiça, as Forças Nacionais realizam operações de apoio em todo o território nacional, conforme são solicitadas por governadores ou ministros de estado. Dez dessas ações estão diretamente ligadas à proteção e segurança de Terras Indígenas.
No país vizinho, o Peru, os 18 assassinatos registrados foram quase todos de indígenas, e a maioria, atribuída a conflitos com narcotraficantes.
Segundo o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia, 64% da floresta está em território brasileiro e a população de toda a floresta é estimada em 38 milhões de habitantes. São cerca de 2,8 milhões de indígenas divididos entre 400 tribos, de acordo com o Sínodo dos Bispos para a região.