O ingresso de venezuelanos no Brasil tem gerado menos oportunidades de integração para mulheres e negros daquele país. É o que revelam os dados da Agência para Refugiados da ONU - Organização das Nações Unidas.
Apesar de o número de imigrantes venezuelanos ser quase o mesmo entre homens e mulheres, apenas 27% delas se fixaram no país por causa de uma vaga de emprego, enquanto mais da metade (57%) se interiorizou para reunificação familiar. Na comparação entre gêneros, 17% das mulheres venezuelanas estão sem ocupação, já os homens sem trabalho correspondem a 6,4%.
A diferença também ocorre em relação ao salário. Entre as mulheres venezuelanas, o rendimento médio é de pouco mais de R$ 1,1 mil, metade da média das brasileiras. Entre os venezuelanos e brasileiros homens, a diferença salarial é de pouco menos de 40%.
Na análise de raça e cor, apesar de a população preta ter a menor taxa de desocupação entre todos os grupos analisados, venezuelanos negros têm uma inserção mais precária, trabalhando menos horas do que gostariam.
De acordo com o estudo da ONU, os imigrantes e refugiados têm mais acesso a empregos formais depois de serem realocados de Roraima para outros estados.
Segundo o Ministério da Cidadania, Manaus e Curitiba são as capitais que mais receberam venezuelanos, cerca de 5 mil pessoas cada uma. A ONU estima que mais de cinco milhões de pessoas saíram da Venezuela em busca de melhores condições nos últimos anos. Desde 2018, 844 municípios brasileiros já receberam quase 80 mil imigrantes. Doze mil, apenas no primeiro semestre deste ano.