Os recentes casos de violência contra a mulher no Estado do Rio de Janeiro tem jogado luz sobre a urgência de um olhar atento das autoridades para esses crimes que, segundo dados do ISP, Instituto de Segurança Pública, aumentaram nos sete primeiros meses de 2022 em relação ao ano passado.
Um outro levantamento, realizado pela Subsecretaria de Comando e Controle da Polícia Militar, aponta que, só no primeiro semestre deste ano, o serviço 190, que recebe comunicação de crimes e pedidos de ajuda, atendeu, em média, sete ocorrências "por hora" referentes a casos de violência contra a mulher. Ao todo, foram mais de 34 mil ligações apenas para denunciar esses casos, o que representa o segundo motivo na lista total de acionamento do serviço.
A violência contra mulheres só perde para as reclamações sobre perturbação do trabalho ou sossego alheio, com mais de 41 mil ligações entre janeiro e junho. Em terceiro lugar, constam os crimes de ameaça, com cerca de 20 mil solicitações.
A tenente-coronel Cláudia Moraes, coordenadora estadual da Patrulha Maria da Penha, programa da PM que desde 2019 atua no enfrentamento à violência contra a mulher, disse que desde 2015 os crimes contra as mulheres sofreram uma disparada.
Outro dado que chama atenção das autoridades é o número de trotes ao 190. No período avaliado, o levantamento apontou como falsa uma em cada 10 ligações para o número da Polícia Militar, que deve ser acionado apenas em casos de necessidade imediata ou socorro rápido. Ou seja, uma média diária superior a 380 comunicações falsas de crimes no estado.
Ao todo, de janeiro a junho deste ano, o serviço recebeu quase 648 mil ligações e os casos de violência contra a mulheres representaram mais de 34% do total de chamadas.