Quase 500 refugiados afegãos foram incorporados pelo mercado de trabalho brasileiro desde setembro de 2021, quando o governo federal estabeleceu a possibilidade de visto temporário humanitário. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Ao todo, o Brasil concedeu 6,3 mil vistos para afegãos e refugiados de outras nacionalidades nos últimos meses.
A Comissão do Senado sobre Migrações Internacionais deve se reunir para ouvir representantes do poder público sobre as políticas de acolhimento.
A Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), considera que o visto humanitário e a autorização para residência protegem os direitos dos afegãos obrigados a abandonarem o país de origem. A representação da Acnur no Brasil reforça, ainda, que a inclusão no mercado de trabalho é essencial para que os refugiados possam se integrar.
De acordo com o Caged, a grande maioria dos refugiados afegãos contratados, 75%, têm ensino médio completo. Outros 13% concluíram ou têm o ensino superior em andamento.
As mulheres afegãs correspondem a 37% de todas as contratações, que ocorrem em diversas áreas, incluindo setores da mídia, serviços, agricultura, construção e indústria.
Há quatro décadas o Afeganistão sofre com conflitos armados. Com a saída das tropas dos Estados Unidos e a volta do Taleban ao poder em agosto do ano passado, a situação humanitária se agravou.
2,6 milhões de pessoas já tiveram que deixar o país. A grande maioria, cerca de 2,2 milhões, estão registradas nos países vizinhos, Irã e Paquistão. No primeiro semestre deste ano, apenas sírios e ucranianos superaram os afegãos em número de refugiados.
No último mês de agosto, 135 refugiados afegãos entraram no Brasil pelo Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. E, de acordo com a Comissão do Senado sobre Migrações Internacionais, muitas famílias ficaram dias acampadas em situação vulnerável devido à dificuldade de deslocamento para centros de acolhimento.
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