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Direitos Humanos

Cerca de 300 famílias lutam contra possível despejo no centro de SP

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Nelson Lin - Repórter da Rádio Nacional
03/02/2023 - 15:47
São Paulo

Cerca de 300 famílias que ocupam um imóvel público abandonado desde 2011, no centro da capital paulista, estão preocupados com a possibilidade de despejo. Isso pode acontecer caso a prefeitura local caso coloque em prática uma PPP (Parceria Público Privada) para revitalizar a região. 

O projeto da prefeitura foi apresentado em janeiro e prevê o que eles chamam de “ativação” de 4 prédios da região. Consiste na reocupação urbana e uso desses prédios públicos para moradias e atividades culturais. No momento, o projeto aguarda a publicação do edital. No prédio onde estão as famílias, conhecido como Complexo Boticário e Ocupação Rio Branco, a intenção de é transformar os 308 apartamentos em moradia estudantil. No entanto, o projeto não especifica o que será feito com as famílias que ocupam os imóveis no momento.

O local onde estão as 300 famílias fica no bairro da República, na frente da ocupação, um ponto de ônibus ligado a um corredor de ônibus e do outro lado da rua, um pouco mais à frente e do outro lado da rua, está um terreno baldio onde ficava o edifício Wilson Paes de Almeida, que também era ocupado por pessoas em busca de moradia mas que sofreu um incêndio e desabamento em 2019. 

Dentre os moradores do edifício estão pessoas que ocuparam o local há 11 anos. Após pequenas reformas, o prédio abandonado foi transformado em moradia para famílias. Uma das moradoras que está desde o início no local, é a Laudilene Sousa Soares. Ela trabalha como babá e conta porque resolveu ocupar o prédio abandonado.

A coordenadora do movimento de moradia, Jomarina da Fonseca, declarou que o pagamento de um eventual oferecimento aluguel de 400 reais é insuficiente para os moradores, uma vez que eles cobram uma moradia definitiva.

Após uma rápida pesquisa imobiliária na região, se apurou que é impossível alugar um apartamento de 1 quarto por menos de R$ 1.000.

Procurada, a Secretaria de Habitação da prefeitura declarou em nota que, caso haja a continuidade da PPP na região, a secretaria deverá dar atendimento às famílias envolvidas.

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