Mais de 30 mil famílias sofrem ameaças em áreas rurais no Maranhão
De janeiro de 2020 a junho de 2022, pelo menos 14 lideranças do campo foram assassinadas e mais de 30 mil famílias estão ameaçadas nos territórios quilombolas e comunidades tradicionais no Maranhão. As denúncias de violência, assassinatos e grilagem de terra constam no relatório lançado nesta quarta-feira (22), pela Comissão especial da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
As informações foram levantadas a partir de visitas a 35 comunidades de povos tradicionais, em seis municípios maranhenses: São Luís, Arari, Brejo, Caxias, São João Sóter e Buriti.
O caso de violência mais recente ocorreu na comunidade tradicional Baixão dos Rochas, no município de São Benedito do Rio Preto. No último fim de semana, a comunidade foi atacada por 20 homens armados que incendiaram casas e expulsaram moradores, conforme conta Marciano de Caldas.
A polícia abriu inquérito para investigar a ação. De acordo com Padre Dário Bossi, membro da Comissão especial da CNBB, o caso de Baixão dos Rochas reflete a pressão econômica a qual as comunidades tradicionais estão submetidas e que está sendo denunciada no relatório.
Uma das principais recomendações do relatório é que o Incra, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, conclua com rapidez os processos de regularização fundiária de todas essas dezenas de comunidades escutadas pela CNBB em junho do ano passado.
Nossa produção entrou em contato com o Incra, mas ainda não obteve um posicionamento.