O povo Pataxó vive sob uma guerra de baixa intensidade contra fazendeiros no extremo sul da Bahia.
A afirmação está no relatório da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e de outras oito entidades. 12 mil indígenas vivem na região. O documento foi enviado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Segundo o documento, as lideranças Pataxó já pediram a presença da Força Nacional de Segurança Pública, mas não foram atendidas.
O pedido aconteceu porque policiais militares fariam parte de grupos contratados por fazendeiros, o que compromete a confiança das comunidades na PM. Por esse mesmo motivo, os Pataxó não registram boletins de ocorrência.
As entidades ainda apontam que o Gabinete de Crise, montado pelo Ministério dos Povos Indígenas para monitorar a situação, tem se mostrado pouco eficiente.
A violência contra o povo Pataxó está relacionada à disputa de terras. Dois territórios, Barra Velha e Comexatibá, já estão demarcados, mas ainda esperam a assinatura da Presidência da República. As entidades cobram a demarcação definitiva das terras para acabar com a violência.
O Ministério dos Povos Indígenas, em nota, disse que pediu o envio de agentes da Força Nacional a região de conflito e aguarda tratativa pelo governo da Bahia. Além disso, a pasta enfatizou que trabalha junto com a Funai para a assinatura da portaria que conclui a demarcação da terra indígena Barra Velha. O Ministério também planeja o envio de uma comitiva para o território Pataxó, com a presença da ministra Guajajara.
Nós entramos em contato, também, com a Secretaria de Segurança da Bahia e com a Funai para comentar o relatório, mas ainda não tivemos resposta.