Três homens foram presos na Bahia pelo envolvimento na morte da líder quilombola e ialorixá Mãe Bernadete, de 72 anos. De acordo com a Polícia Civil do estado, ainda não se pode falar qual foi a motivação do crime para não atrapalhar as investigações. 
Mãe Bernadete foi morta na noite de 17 de agosto, no Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador. Ela era gestora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos.
Os três detidos não tiveram a identidade revelada. Um deles foi preso na cidade de Araçás, a 105 km de Salvador, na sexta-feira (1º). Ele confessou ser o executor da vítima. O outro suspeito detido estava com celulares da vítima e de familiares, roubados na data do crime. E o terceiro, guardou as armas. Esses dois últimos estavam na região do Quilombo Pitanga dos Palmares.
Um quarto suspeito está foragido. O anúncio das prisões foi feito pelo secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, nessa segunda-feira (4).
A próxima etapa é a polícia confrontar a versão contada pelo preso que confessou o homicídio com as outras provas já colhidas na investigação.
O advogado responsável pela defesa da família de Mãe Bernadete e integrante do Instituto Malê de Acesso à Justiça e Cidadania, David Mendes, recebeu com preocupação as declarações sobre as prisões, já que nada foi dito sobre os mandantes do crime. Segundo o advogado, a comunidade Pitanga de Palmares nunca registrou problemas relacionados ao tráfico de drogas ou à presença de facções criminosas.
As apurações sobre os assassinatos de Mãe Bernadete e do filho dela, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, ocorrido em 2017, são acompanhadas pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo Conselho Nacional do Ministério Público. O CNJ afirma que os dois casos estão possivelmente relacionados com a defesa da causa quilombola e conflito fundiário. Os familiares da Mãe Bernadete foram retirados da comunidade Quilombo Pitanga do Palmares como medida de proteção.
* Com informações da Agência Brasil.
