Os detentos do Centro de Detenção Provisória em Caraguatatuba denunciaram, por meio de uma carta, as condições degradantes do local.
A reportagem teve acesso a essa carta. Nela, eles citam problemas na alimentação, com redução nas porções dadas aos presos e também relataram a presença de ratos na cozinha, o que deixa rastros de urina e fezes desses animais na comida.
A mãe de um dos detentos, que se identificou como Marilia, deu mais detalhes a respeito.
Além da questão da alimentação, Marília também relata humilhações quando os familiares visitam e entregam os chamados “jumbos”, que são itens de primeira necessidade e alimentação aos parentes dentro da prisão.
Outra questão apontada pelos presos é a negligência médica. Eles inclusive denunciam que um preso soropositivo teria morrido dentro da prisão aguardando atendimento médico.
A Defensoria Pública já tomou conhecimento das denúncias.
O ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, determinou que a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos acionasse imediatamente as autoridades locais de justiça e as entidades de direitos humanos.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que a alimentação é preparada pelos próprios custodiados; e que, em março deste ano, houve uma inspeção da vigilância sanitária que não atestou as condições do presídio. Diz ainda a nota que o acesso à saúde é garantido na unidade e que os casos mais complexos são atendidos via SUS e pelo Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário do Estado.