O povo indígena Guató cobra mais espaço nas discussões do projeto de lei do Estatuto do Pantanal, que pretende regular a conservação e a exploração sustentável do bioma.
Numa audiência pública no Senado Federal, nessa terça-feira (16), o povo foi ouvido pela primeira vez, pela voz do cacique Carlos Henrique, da aldeia Aterradinho.
“Eu espero que neste Estatuto do Pantanal venha ter um olhar mais direto à população pantaneira, que são os indígenas que moram aqui, os ribeirinhos... porque a dificuldade aqui é muito grande. Muito grande mesmo, de subsistência”.
Em nota, caciques Guatós afirmam que os antepassados começaram a viver no Pantanal, que eles chamam de Guadakan, há oito mil anos.
Sobre o Estatuto do Pantanal, os Guatós pedem, entre outras coisas, estudos antropológicos oficiais para regularização fundiária e inclusão de princípios da filosofia indígena nas políticas públicas.
O senador Wellington Fagundes, do PL de Mato Grosso, autor do projeto, defende a necessidade de uma lei voltada para o Pantanal, para combater crimes ambientais e reforçar a preservação.
Já especialistas e debatedores pediram que o texto do relator, senador Jayme Campos, do União de Mato Grosso, seja melhorado para atender as características específicas do Pantanal.