Cartilha tenta combater o capacitismo contra pessoas com deficiência
Neste mês em que o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência é celebrado, o Ministério da Saúde lançou uma campanha de enfrentamento ao capacitismo nas redes sociais.
Também criou uma cartilha que traz orientações para o respeito à diversidade humana, promovendo uma comunicação mais respeitosa. A proposta é alertar a sociedade sobre essa forma de discriminação, destacando como ela impacta a vida das pessoas com deficiência e reforçando a necessidade de mais inclusão.
O presidente da ANAPcD, Associação Nacional de Apoio às Pessoas com Deficiência, Abrão Dib, avalia que a sociedade precisa rever condutas antes consideradas normais, mas que podem soar politicamente incorretas atualmente:
"Muitas das vezes, as pessoas no dia a dia, sem intenção, acabam cometendo capacitismo. Às vezes usamos palavras como, por exemplo: 'você está dando uma de João sem braço', isso é um preconceito, né?"
Capacitismo é qualquer tipo de discriminação ou exclusão destinada a pessoas com deficiência, por ação ou omissão, que prejudique ou negue o reconhecimento de seus direitos. E que limitam a dignidade e as oportunidades das pessoas com deficiência. Para Abrão Dib, não é só a discriminação clara que precisa ser combatida, mas a ideia de que a pessoa com deficiência não é capaz.
"A sociedade brasileira precisa entender o que é o capacitismo. O mais duro preconceito que as pessoas podem criar de discriminação ou da exclusão de pessoas com deficiência em todo o momento".
No dia a dia, o capacitismo pode ser notado por atitudes, políticas e estruturas que limitam a dignidade e as oportunidades das pessoas com deficiência.
Entre as principais condutas apontadas pela cartilha para acabar com esse problema estão: eliminar expressões preconceituosas e perguntar às pessoas como preferem ser chamadas; dirigir-se à pessoa com deficiência quando quiser solicitar alguma informação e não usar diminutivos ou voz infantilizada.
A cartilha também alerta que o capacitismo faz mal à saúde, impactando o bem-estar emocional e psicológico das pessoas com deficiência, e ainda gera isolamento, estresse e sofrimento.