América Latina e Caribe avançam no combate à fome, diz FAO
A América Latina e o Caribe avançaram no combate à fome nos dois últimos anos, contrariando o retrocesso de 15 anos observado no resto do mundo. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27) pela FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
O resultado ruim em diferentes regiões do mundo coloca em risco as metas globais para acabar com a fome até 2030, mas alguns progressos nessa luta foram conquistados na América Latina e no Caribe, destacando a região como a única com essa tendência positiva no mundo.
Foi o que explicou o representante da FAO para a América Latina e Caribe, Mario Lubetkin.
“Este progresso é atribuído a fatores como recuperação econômica após a pandemia de Covid-19, o aumento do gasto público em proteção social e a melhoria do emprego e dos salários”.
Apesar do resultado positivo, ainda há muita desigualdade na região, segundo Mario Lubetkin.
“Mulheres, comunidades rurais e populações vulneráveis continuam sendo as mais afetadas, embora a acessibilidade a uma dieta saudável melhorou, a região apresenta o custo mais alto, do mundo, em sua obtenção, o que dificulta o acesso equitativo à boa alimentação. E isso porque estamos falando da região mais poderosa em produção de alimentos. Apesar disso, manter as tendências de erradicação da fome continuam tendo um grande desafio”.
O diretor da FAO destacou que crianças têm problemas de baixo peso e tamanho. Também ressaltou que obesidade e sobrepeso infantil na região superam a média global de forma alarmante.
Para ele, três causas principais tornam a insegurança alimentar mais intensa: os conflitos, a crise econômica e a variação do clima com os eventos extremos.
Na questão climática, a situação da América Latina e do Caribe é preocupante, como explicou Mario Lubetkin.
“A América Latina e o Caribe é a segunda região mundial mais exposta a esses fenômenos, depois da Ásia. 74% dos países da região enfrentam alta exposição a eventos climáticos extremos. E 52% são vulneráveis a impactos negativos em sua segurança alimentar. A variabilidade climática a eventos extremos, como secas, enchentes e tempestades, reduzem produtividade agrícola, desestabilizam as cadeias de abastecimento e elevam os preços dos alimentos”.
O diretor da FAO, defendeu políticas para fortalecer os sistemas agroalimentares, dando prioridade às populações mais vulneráveis e expostas a eventos climáticos extremos.