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Estudante baleado no RJ por policial reformado tem prisão revertida

Confundido com assaltante, Igor Melo segue internado em estado grave
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Fabiana Sampaio, da Rádio Nacional
25/02/2025 - 19:41
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ), 25/02/2025 - Igor Melo de Carvalho, jovem baleado por policial militar reformado quando voltava para casa. Foto: Igor Melo/Arquivo Pessoal
© Igor Melo/Arquivo Pessoal

O estudante universitário Igor Melo, que estava internado sob custódia da polícia, teve a prisão em flagrante revertida pela Justiça na tarde desta terça-feira (25). Igor foi gravemente ferido a tiros por um policial militar reformado, na madrugada de segunda-feira (24), na zona norte do Rio de Janeiro. O motociclista Thiago Marques Gonçalves, que estava com ele na ocorrência e tinha sido preso, também teve a soltura determinada na Audiência de Custódia.  

Igor foi atingido quando saía de mototáxi do bar onde trabalha. O policial estava de carro e atirou em direção à moto depois que sua esposa acusou o condutor de ter roubado o celular dela. O estudante foi atingido nas costas e teve ferimentos no rim, baço, intestino e estômago. Igor segue internado em estado grave. O condutor da moto não se feriu.

Na decisão, a juíza considerou que diversas informações enfraquecem os indícios de autoria de crime e indicam que o policial militar reformado e a esposa teriam confundido os dois homens como os supostos autores do roubo.

Parentes e amigos se mobilizaram para pedir justiça para Igor. A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro informou que acompanhará as investigações e cobrará explicações da Polícia Militar. A presidente da Comissão, a deputada estadual Dani Monteiro, do Psol, questionou a abordagem do policial que efetuou os disparos.

"Como um PM reformado, a pedido da sua companheira, faz uso abusivo da força sem nenhum protocolo de abordagem e aferição prévia?", indagou.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse que pedirá esclarecimentos ao governo do Rio e às autoridades de justiça sobre o caso.

 A Universidade Celso Lisboa, onde Igor trabalha como inspetor e também estuda Publicidade e Propaganda, informa que seus advogados acompanham o caso e que não há qualquer registro que desabone a conduta do estudante.

O local em que Igor trabalhava como garçom e de onde saía quando foi atingido, a casa de samba Batuq, confirmou que ele estava trabalhando quando o assalto à esposa do policial militar teria sido cometido.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro disse que o caso está sendo investigado e que Igor já foi ouvido no hospital. A Polícia Militar informou que colabora com o trabalho de investigação da Polícia Civil e que o caso também foi encaminhado à Corregedoria Geral.

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