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Direitos Humanos

Gravidez na infância e adolescência afetou mais de 232 mil meninas

Relatório aponta ainda que mulheres ganham 79,3% do salário dos homens
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Nathália Maciel - Estagiária da Rádio Nacional
25/03/2025 - 20:13
Brasília
A gravidez na adolescência é um dos principais motivos de casamento precoce no Brasil
© Agência Brasil/Marcello Casal Jr./Arquivo

Mais de 232 mil meninas de até 14 anos tiveram filhos entre 2013 e 2023. Os números estão no Relatório Anual Socioeconômico da Mulher 2025, divulgado nesta terça-feira (25), em Brasília, pelo Ministério das Mulheres.

O levantamento, dividido em vários tópicos, também mostra que, entre 2015 e 2024, mais de meio milhão de estupros de mulheres foram registrados no país. Em cerca de 76% dos casos de violência doméstica, sexual e outras situações de abuso, o agressor foi identificado como do sexo masculino.

Ainda de acordo com o relatório, a diferença salarial entre mulheres e homens é significativa. No Relatório de Transparência Salarial do 1º semestre de 2024, por exemplo, as mulheres ganhavam 79,3% do salário médio dos homens.

Além disso, dos 7,3 milhões de jovens de 15 a 29 anos que não trabalhavam fora nem estudavam em 2023, cerca de 70% eram mulheres, metade delas pretas ou pardas. Na apresentação do relatório, a ministra da Mulher, Aparecida Gonçalves, falou sobre as desigualdades de raça e criticou a falta de isonomia salarial entre os gêneros.

"A diferença salarial entre mulheres brancas e homens é de 20%, mas entre homens e mulheres negras, a diferença é de 50%. Isso nos exige pensar a discussão sobre a igualdade no nosso país. Não dá mais para discutir igualdade salarial sem discutir as desigualdades", afirmou.

Em relação à violência, dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública mostram que, entre os anos de 2015 e 2024, foram registrados 11,6 mil feminicídios e mais de 29 mil casos de homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte de mulheres no Brasil. 

O documento também aponta que, entre os anos de 2015 e 2024, foram registradas 11.650 ocorrências de feminicídio e 29.659 ocorrências de homicídio doloso e lesão corporal seguidas de morte de mulheres no Brasil. Esses números somam 41.309 casos de mortes violentas de mulheres no período.

Durante o evento, a deputada federal Célia Xakriabá falou sobre a necessidade da criação de políticas públicas para combater o feminicídio. Ela também afirmou que o feminicídio é "uma pauta plural que assola todos os estados brasileiros".

*Com supervisão de Roberto Piza

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