A vulnerabilidade social no Brasil caiu 27% entre os anos 2000 e 2010. Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta terça-feira (1).
Vulnerabilidade social indica a ausência ou insuficiência de recursos ou estruturas que deveriam estar à disposição de todo cidadão, como fluxo de renda, condições adequadas de moradia e acesso a serviços de educação.
No ano 2000, o Brasil tinha 3610 municípios com alta ou muito alta vulnerabilidade social, o equivalente a 64% das cidades brasileiras. Mas em 2010 esse número caiu para 1981: o equivalente a 35% dos municípios.
Para o diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea, Marco Aurélio Costa, essa melhora nos índices reflete as políticas sociais aplicadas pelos governos.
Segundo o estudo, a Região Norte concentrava, em 2010, 41% dos municípios na faixa de muito alta vulnerabilidade social, principalmente nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Amapá e Rondônia. E nenhuma cidade do Norte apresentou índice muito baixo.
Na região Nordeste, os Estados do Maranhão, Alagoas, Pernambuco e partes da Bahia concentraram municípios com muito alta vulnerabilidade social. Mas a maior predominância na Região é o índice de alta vulnerabilidade, com quase 50% das cidades nordestinas, em 2010.
O levantamento apontou ainda, que a melhora foi mais nítida em alguns estados das regiões Centro-Oeste, como a faixa de fronteira de Mato Grosso do Sul, a Norte, especialmente no Tocantins, e Nordeste, principalmente no Sul da Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e Leste de Pernambuco. Para Marco Aurélio Costa, do Ipea, apesar dos avanços, ainda não se pode dizer que o Brasil venceu a situação. Ele pondera que as políticas sociais devem ter continuidade.
A baixa vulnerabilidade social, em 2010, foi registrada em quase metade dos municípios da região Centro-Oeste, e nas capitais Goiânia, Cuiabá, Campo Grande e Brasília. O mesmo foi apontado na Região Sudeste, nas capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Já a capital capixaba, Vitória, apresentou o que o Ipea chama de muito baixa vulnerabilidade social. Essa situação é vista na Região Sul, onde 30% das cidades apresentam o índice muito baixo.