Má gestão, erros de estimativas e supostos desvios de dinheiro são apontados como causa do déficit de aproximadamente R$16 bilhões registrado em 2015 pelo Plano Petros do Sistema Petrobras, fundo de pensão dos funcionários da estatal. De 2008 a 2012, o plano registrou consecutivos superávits, mas após as mudanças no cenário econômico, obteve resultados negativos como o déficit de cerca de R$ 6 bilhões em 2014.
O especialista em previdência social, pública e privada Renato Follador explica o funcionamento dos fundos de pensão.
De acordo com o especialista, o sistema de previdência privada no Brasil é sólido e se apresenta como alternativa para o trabalhador receber uma aposentadoria adequada. No caso do Plano Petros, ele aponta a má gestão como possível causa do problema.
Recentemente, a Polícia Federal deflagrou operação em que prendeu três envolvidos em desvios de recursos de fundos de pensão, entre eles o Plano Petros. A suspeita é de que tenham sido desviados R$ 25 milhões do fundo da estatal.
A Petros informou por meio de nota que o resultado negativo teve origem em mudanças ocorridas na estrutura familiar dos participantes ao longo dos últimos anos, como aumento da expectativa de vida, novos casamentos e participantes com mais idade tendo mais filhos. O cenário econômico adverso também causou forte impacto na rentabilidade, assim como a alta da inflação.
Mas ressaltou que se trata de instituição sólida, com plena capacidade de cumprir seus compromissos no longo prazo, da mesma forma que vem fazendo rigorosamente há 45 anos.
A Petros informou também que será aplicado novo valor de contribuição aos participantes em 2017 para equacionar o déficit, que ainda será discutido com a patrocinadora, representantes dos participantes e Previc.