Olá, prezada pessoa ouvinte cidadã.
Depois de 15 dias de férias, estamos aqui de volta. De férias em Paris, na França. Dizem que é a cidade mais chique do mundo. Rica. Não tem pobre, nem desempregado. Todo mundo tem onde morar. Será? Então, vamos nessa.
Bonjour. Em Paris, cidade chique, existe mais de 8 mil 'clochards' registrados pela prefeitura. E que diacho quer dizer 'clochard'? São os mendigos que dormem na rua, com o frio do inverno e até debaixo de chuva. Colocam um cartaz, um papelão, onde escrevem: uma esmola. Dois euros, de preferência, o que dá R$ 8. E não se esquecem de colocar SVP, ou seja, 's´il vous plait'. Em português, quer dizer 'por favor'. Isso seguido de um 'Merci', que quer dizer 'Obrigado'. Na maioria das vezes, são cidadãos franceses mesmo e sempre acompanhados de um velho amigo, o cachorro, os dois desanimados da vida, por algum motivo mais forte.
Fora os mendigos de rua, em Paris tem os pedintes estrangeiros, estes com alguma criança ao lado, mas não dormem na rua não porque têm alguma espécie de abrigo. Tem ainda os estrangeiros que chegam até Paris na procura de um documento de refugiado. Enquanto isso não sai, ficam em centros provisórios de acolhimento. Mas tem os casos dos que preferem ficar na rua mesmo.
Um dos lugares mais famosos de estrangeiros refugiados, a maioria africanos, que existe em Paris, fica perto do metrô Stalingrado, na parte norte da cidade, a mais pobre, onde há meses existem mais de 2 mil barracas de acampar instaladas na parte de baixo da linha do metrô, que passa num viaduto. A prefeitura, de vez em quando, costuma retirar, mas, dias depois, uma nova turma volta a ocupar o lugar, sem qualquer tipo de atendimento, principalmente o sanitário.
Outro problema de Paris é a população dos 'sans chaumier', ou seja, sem teto onde morar até porque pagar aluguel, na capital da França, mesmo na forma de quarto e sala apertados, não é para qualquer um, principalmente estando desempregado, ou 'chômage', como se diz. Os preços de moradia em Paris são muito altos, aliás, os preços de qualquer coisa, os mais altos das capitais da Europa.
E aí, o que a pessoa aí está achando desta prosa? Qualquer coisa, mande um e-mail para emconta@ebc.com.br Enquanto isto, amanhã (11), a gente continua com essa prosa de Paris falando de uma coisa que existe por aqui, como está por lá, a onda de desemprego.
Au revoir.
Então tá. Inté e axé.
*Trocando em Miúdo: Quadro do programa Em Conta, da Rádio Nacional da Amazônia. Aborda temas relacionados a economia e finanças, traduzidos para o cotidiano do cidadão. É distribuído em formato de programete, de segunda a sexta-feira, pela Radioagência Nacional. Acesse aqui as edições anteriores.