O Instituto Fiscal Independente do Senado divulgou, nessa segunda-feira (6), um relatório que calcula em R$ 182 bilhões o déficit público de 2017. Número cerca de 18% superior ao déficit do ano passado. Para o Instituto do Senado, o Executivo deve fazer um corte de quase R$ 39 bilhões no Orçamento para conseguir atingir a meta fiscal deste ano, que foi estimada em R$ 143 bilhões.
O relatório do Instituto fiscal do Senado ainda defende o projeto de recuperação fiscal dos Estados em crise proposto pelo Executivo e afirma que sem a reforma da previdência, a PEC do teto de gastos ficaria inviabilizada. O diretor do Instituto, Felipe Salto, comentou sobre a possibilidade de não se cumprir o teto.
Sonora: “No caso de descumprimento do teto, automaticamente, qualquer tipo de decreto, projeto de lei, ação do governo, que implique aumento de gasto real, como, por exemplo, reajuste do salário mínimo, fica proibido. Então, ou vai ser uma coisa draconiana aplicando esses gatilhos automaticamente ou o teto vai cair por terra.”
O economista da Universidade de Brasília, Roberto Elerry, ressaltou que sobra pouco espaço para o governo cortar gastos.
Sonora: “Continua o sinal vermelho pro governo de que ele tem que cortar gastos. Se o governo não cortar gastos, você tem uma série de efeitos colaterais. O mais óbvio é a inflação, e o Banco Central ficar impossibilitado de manter a trajetória de queda dos juros. A verdade é que tem muito pouco espaço para corte de gastos na estrutura orçamentária brasileira. A maioria do gasto do governo é comprometida. Então, normalmente, o governo corta o investimento...”
O chamado instituto fiscal independente do Senado foi criado no ano passado para monitorar e assessorar a política fiscal do governo. O diretor do Instituto, Felipe Salto, foi nomeado pelo ex-presidente da Casa, Renan Calheiros, e aprovado após sabatina de senadores da Mesa Diretora da casa.
