Dados preliminares do novo censo agropecuário apontam aumento da área ocupada pelo setor
O Brasil tinha, em 2017, 5 milhões, 72 mil e 152 estabelecimentos rurais. Cerca de 103 mil a menos do que a quantidade registrada em 2006, ano do último censo agropecuário. No entanto, houve uma expansão da área total ocupada, de cerca de 17 milhões de hectares. Um crescimento equivalente ao tamanho do estado do Acre.
Os dados preliminares do Censo Agropecuário 2017 foram divulgados nesta quinta-feira (26) pelo IBGE. Houve aumento de estabelecimentos com mil hectares ou mais e também na área ocupada por esses estabelecimentos, que aumentou mais de 16 milhões de hectares.
Ao mesmo tempo, diminuíram os estabelecimentos menores, entre 100 e 1000 hectares, com menos 4.152 unidades. O gerente do censo agropecuário, Antônio Florido, destaca que os dados precisam ser analisados para que se possa identificar ou não situações como de aumento de desmatamento ou de agravamento da concentração de terra no país.
Em área ocupada, o Mato Grosso está na dianteira, com 54 milhões de hectares, seguido por Minas Gerais, com 37 milhões de hectares e pelo Pará e Mato Grosso do Sul, ambos com cerca de 29 milhões de hectares.
As informações mostram também que, mais de 15 milhões de pessoas se ocupavam do trabalho nos estabelecimentos rurais em 2017, no entanto, de 2006 para o ano passado, um milhão e meio de pessoas deixaram de trabalhar no campo.
Os dados preliminares não permitem, no entanto, identificar a quantidade de estabelecimentos da agricultura familiar. O questionário aplicado aos produtores sofreu uma redução por questões financeiras, mas o gerente da pesquisa, Antônio Florido, afirmou que não houve prejuízo e que os dados da agricultura familiar serão divulgados no resultado final do censo.
A característica da população que trabalha no campo também mostra um envelhecimento em relação a 2006, com redução da presença de pessoas mais jovens. Cerca de 15,5% dos produtores disseram nunca ter frequentado a escola e 79% não foram além do nível fundamental. Os dados mostram ainda, que aumentou a presença de mulheres entre os produtores passando de 12,7% no último censo para 16,6% em 2017.
Pela primeira vez o censo investigou a cor ou raça dos produtores 52% eram pretos e pardos e 45% brancos.
