A mineração Paragominas suspende a partir desta sexta-feira o contrato de trabalho de 80 funcionários da empresa. A medida vale por até cinco meses. Os empregados vão participar de curso de capacitação e passam a receber uma bolsa que corresponde a cerca de 80% do salário-base.
De acordo com a Hydro Alunorte – que processa a bauxita de Paragominas – a medida foi necessária por causa do embargo parcial às operações da empresa. A Alunorte é acusada de crimes ambientais.
A refinaria alega que a suspensão dos contratos só foi feita após a estratégia de uso de férias coletivas e a meta é manter os empregos a longo prazo.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativistas nos Estados do Amapá e Pará, Waldeth Negrão, afirma que a medida já vinha sendo discutida entre a empresa e os funcionários e foi aprovada pelos trabalhadores em assembleia.
Waldeth Negrão afirma ainda que a medida é paliativa e que o embargo tem trazido prejuízos não apenas para a categoria como para o comércio local.
Em fevereiro deste ano, um depósito de resíduos da empresa, localizado em Barcarena, região metropolitana de Belém, no Pará, transbordou, despejando efluentes tóxicos no meio ambiente, atingindo solo e água de comunidades ribeirinhas em vários pontos do município.
O Tribunal de Justiça do Pará determinou então o embargo de 50% da produção média mensal dos últimos 12 meses ou ao menor nível de produção mensal verificado nos últimos 10 anos. Decisão que foi mantida pela Justiça Federal.