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Economia

Contas do Governo Central fecham 1º semestre com déficit menor, mas cortes continuam necessários

Contas públicas
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Victor Ribeiro
26/07/2019 - 21:27
Brasília

As contas do chamado Governo Central, que levam em consideração os desempenhos do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central, fecharam o primeiro semestre com déficit menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Em junho, o déficit ficou em 11 bilhões e meio de reais, enquanto em junho de 2018 ficou em 16 bilhões e meio de reais.


No acumulado deste ano, o déficit é de 28 bilhões e 900 milhões de reais. Esse valor é o melhor resultado para o período desde 2015, e 12% menor que os 31 bilhões e 600 milhões dos primeiros seis meses do ano passado. De janeiro a junho, o Tesouro e o Banco Central tiveram superávit de quase 67 bilhões de reais, mas a Previdência Social fechou o período com déficit de 95 bilhões.


A Previdência Social faz parte das despesas obrigatórias, junto com os salários dos servidores públicos. O secretário substituto do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, afirmou que a expectativa, caso a reforma da Previdência seja aprovada no Congresso Nacional, não é de reduzir o gasto, mas que essa despesa cresça mais devagar.


Até o meio do ano, o governo usou 47% do limite de gastos previsto no Orçamento. Otávio Ladeira afirmou que, mesmo assim, o contingenciamento de mais de 34 bilhões de reais vai obrigar alguns ministérios a fazer cortes em políticas públicas. E confirmou que o governo estuda fazer mudanças para reduzir o gasto com pessoal no setor público, que podem ter impacto em algumas carreiras e afetar até a estabilidade dos servidores.


O professor de economia da Universidade de Brasília, Roberto Piscitelli, alerta que cortes no setor público podem prejudicar o atendimento à população. Ele avalia que a prioridade do governo deveria ser reduzir o gasto com pagamento de juros da dívida.


A meta fiscal para este ano é de encerrar com 139 bilhões de reais no vermelho. Para o ano que vem, a projeção é de déficit de 134 bilhões.

 

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