A inflação oficial do país desacelerou para 0,07% em março deste ano, depois de registrar alta de 0,25% no mês anterior.
A taxa do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, divulgada nesta quinta-feira (9) pelo IBGE, é a menor para o mês de março desde o início do Plano Real, em julho de 1994.
No ano, o indicador acumula alta de 0,53% e, nos últimos 12 meses, 3,30%.
A maior queda de preços, de -1,08%, foi registrada em Artigos de Residência. Mas, a maior contribuição negativa, de -0,90%, que puxou a inflação para baixo, foi do grupo dos Transportes, com mais uma redução nos preços das passagens aéreas e de todos os combustíveis.
De acordo com o IBGE, os preços das passagens aéreas já vinham em queda nos últimos meses.
Por isso, ainda não é possível afirmar se o recuo do mês tem relação com a chegada do novo coronavírus no país.
O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, informou que a variação de março reflete uma coleta de preços que foi feita em janeiro para quem ia viajar de avião em março, portanto, não dá para afirmar se há relação com a pandemia.
O IPCA mostra ainda que comer em casa ficou mais caro. Os preços do grupo Alimentação e Bebidas foram os que mais subiram, passando de 0,11% em fevereiro para 1,13% em março, principalmente por conta da alimentação no domicílio.
Para Kislanov, os números sugerem que as pessoas estão comprando mais para comer em casa, o que indica que não estão saindo para comer.
As maiores altas foram registradas nos preços da cenoura, da cebola, do tomate, da batata-inglesa, do ovo de galinha.
Já os preços das carnes caíram pelo terceiro mês consecutivo, embora o recuo nos preços tenha sido menos intenso na comparação com fevereiro.
O grupo Despesas Pessoais também registrou recuo nos preços. Já os outros grupos que compõem o indicador: educação, habitação, vestuário, saúde e cuidados pessoais, e comunicação, registraram taxas positivas em março.