Trabalhadores informais, aqueles que trabalham por conta própria, receberam apenas 60% do rendimento habitual e foram os mais afetados pela pandemia do coronavírus. A análise é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) feita com base em microdados da Pnad Covid-19 do IBGE.
O Ipea analisou os efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho e o impacto do auxílio emergencial na renda dos brasileiros. Os dados revelam que os rendimentos médios da população no mês de maio correspondem a 82% da renda habitual.
Os trabalhadores formais foram os menos atingidos. No setor privado, os empregados com carteira assinada receberam 92% do habitual, contra 76% no caso dos trabalhadores sem registro. Já funcionários públicos contratados pela CLT receberam 96% do habitual, enquanto militares e estatutários obtiveram 98%.
O pesquisador do Ipea, Sandro Sacchet, autor da análise, afirma que o auxílio emergencial foi importante na sustentação das famílias com renda mais baixa. Após receber o benefício, os rendimentos nestes domicílios atingiram 103% do que seriam com as rendas habituais.
No mês de maio, cerca de 32% dos domicílios não apresentaram nenhuma renda de trabalho. De acordo com o estudo, 5,2% dos domicílios, cerca de 3,5 milhões, sobreviveram apenas com os rendimentos do auxílio emergencial. O estudo aponta ainda que o benefício compensou cerca de 45% do impacto total da pandemia na massa de rendimentos no país.